quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Verdadeiro 'Sem-tenário' da República - II

Um jornal republicano (O Mundo de 24 de Março de 1915) diz a respeito da ditadura do conselheiro João Franco: “Tendo tomado uma feição revolucionária e tendo sido violentamente combatido, não demitiu um só funcionário do Estado que exercesse lugar vitalício. Muitos dos seus mais intransigentes adversários, monárquicos e republicanos, eram funcionários públicos, mas nenhum foi por esse motivo destituído”.

Isto é perfeitamente exacto e eu posso confirmá-lo como testemunha presencial,por ter tido a meu cargo durante aquela época a administração da Instrução Pública, que era uma das mais importantes e das mais minadas pela oposição revolucionária. Mas convém acrescentar a esta verdade outras não menos dignas da atenção dos filósofos e do registo da História.

Convém lembrar que a ditadura franquista, assim como não tirou a ninguém o seu lugar vitalício, e apesar do regime de arruaça permanente que os seus inimigos lhe criaram na rua, também foi branda e cuidadosa na repressão da desordem. Dos repetidos choques entre a polícia e os manifestantes resultaram, em oito meses, apenas uma ou duas mortes, o que se não compara com a simples chacina de S. Domingos, nos tempos ultraparlamentares do Sr. Ferreira do Amaral, e com o regime de homicídio político frequente que nos tem fornecido a República.

Convém dizer que a ditadura franquista só atacou a liberdade corporal dos seus inimigos, quando estes resolveram opor-lhe a Revolução armada, flagrante e patente, embora só mais tarde confessada e glorificada.

Em 28 de Janeiro de 1908 foram presos uma dúzia de caudilhos; mas todos eles reconheceram logo a seguir, e agradeceram, a bondade e humanidade dos seus carcereiros. Só depois de 5 de Outubro, instaurado o regime dito”verdadeiramente nacional e democrático”, é que se viu a grande emigração política, e o capuz penitenciário vestido aos réus de crimes de consciência, e os presos por conspiração cuspidos, chibatados e esbofeteados nas ruas do trânsito.

A ditadura franquista suprimiu jornais, mas nunca mandou suprimir redacções, nem tipografias. Só depois de raiar a Liberdade é que naturalmente se permitiu a cólera cívica assaltar as oficinas da Imprensa que não agradava ao Governo e roubarem-lhe os assaltantes a mobília e os haveres, para os irem vender civicamente, e civicamente meterem o dinheiro no bolso.

Estes contrastes são duros e pesados, e não admira que o sejam. São as primeiras pedras com que se há de construir um dia a inevitável estátua de D. Carlos I.'

Petição aos Portugueses para permitir o debate democrático sobre o regime.

O Verdadeiro 'Sem-tenário' da República - I

Na 1ª pessoa, por quem sabe o que diz, para rebater apropaganda, o branquamento e as falácias, pagas ainda por cima com 10.000.000.00 de Euros...

Petição aos Portugueses pela democracia e debate.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Bloqueio Mental de Esquerda

É pena. Até simpatizava com o Louçã, apesar de tudo.
Pena que não seja coerente, mas será de facto pedir muito, de radicais.

Radicais de Esquerda ou de Direita, são pessoas mesquinhas e patéticas.
Pessoas que querem proibir a liberdade de "Rodeos" e que acham que Cuba, China e Coreia do Norte são exemplos a seguir, apesar de serem contra o "poder vitalício e não-sufragado" etc...

Pena que não tenha tido a coerência de protestar contra o verdadeiro atentado contra a liberdade de expressão, nesta oportunidade, muito mais gritante e a que apenas o MPT deu voz de protesto.

Caro Louçã, irá responder pelas suas larachas patuscas, não pela sua liberdade de exprimi-las.
O grupo "patusco" que pretende diminuir e que erradamente designa de "Direita" quando é supra-partidário, nem se preocupa muito com as suas atoardas.
Basta ver a sua deturpante definição de Monarquia e branqueamento da república.

Agora, o Paulo Teixeira Pinto está no seu direito de defender o seu bom nome.
Chegará a hora do camarada Louça apresentar as provas do que diz, como manda a liberdade de expressão responsável.
O Oscar© está bem atribuido.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Três Em Um Na Restauracão'09

1.Eis alguns "musts" que têm mesmo de ser lidos - começando por este antológico, do Jornal "O Diabo".

2.Belíssimo texto, que não resisti a clonar deste magnífico blog

Em troca, deixei um comentário em geito de resposta a uma inquietação, se assim se pode chamar, neste post.

O comentário está aqui reproduzido, mais abaixo, e será desenvolvido posteriormente.

"A republica não feriu somente interesses. Feriu interesses e sentimentos. Não se limitou a arremessar o paiz, manietado, aos pés da demagogia. Matou a tradição, origem de toda a inspiração, fonte de toda a renovação. Seccou as fontes dos sentimentos. Tudo materializou, tudo bestealizou. Foi como se cortasse todas as arvores, todos os arbustos, todas as hervas, lançando-lhe fogo ás raizes, como se seccasse todas as aguas e afogasse todas as aves d'um grande campo. Obra tremenda d'ignorancia. Abri os olhos, oh cegos! Oh cegos, que não vedes a devastação, a ruina, o grande incendio que devora Portugal!"

Homem Christo, Banditismo Politico, Madrid, 1913

domingo, 25 de outubro de 2009

Tudo o que V/Sempre Quis Saber Sobre a Monarquia

Perguntas Frequentes (F.A.Q.s) *ver nota de rodapé

1. É verdade que D. Duarte recebe um subsídio do estado ?

Não. S. A. R. vive inteiramente dos seus rendimentos que aufere dos imóveis que herdou da sua mãe, a princesa D. Maria Francisca (1914-1968), e da falecida Rainha D. Augusta Vitória (1890-1966). Os bens desta última fazem parte integral da Fundação D. Manuel II cujo presidente é S. A. R. como chefe da Casa Real.

2. Existe algum site oficial da Casa Real ?

Sim. Ele é em http://www.casarealportuguesa.org/

3. Porque é que D. Duarte não se candidata a presidente da república e passa a rei ?

Primeiro porque não depende de S. A. R. restaurar a monarquia, depende apenas dos portugueses. Além disso nenhum presidente da república tem poderes para mudar o regime republicano. Isso requer iniciativa do primeiro ministro e uma mudança de constituição.

4. Então e porque é que ele não se candidata a primeiro-ministro ?

Porque mais uma vez não pertence a S. A. R. restaurar a monarquia mas apenas ao povo cuja vontade é representada pelos seus eleitos. Além disso S. A. R. não tem nenhuma agenda política e candidatar-se a primeiro-ministro somente com o motivo duma restauração monárquica seria ridículo.

5. D. Duarte deve votar sempre no PPM não ?

S. A. R. não vota nas eleições legislativas nem nas presidenciais nem se compromete com nenhum partido político, mas faz questão de votar nas eleições locais por serem mais sobre o candidato em si do que o seu partido. O PPM não representa de todo o pensamento monárquico português e nos dias de hoje é mais uma sociedade familiar do que um partido. Os monárquicos têm um amplo espectro de pensamento político podendo votar em vários partidos.

6. Então é tudo deixado aos partidos para restaurar a monarquia ?

Nem tudo. Há organizações de intervenção cívica supra-partidárias como o Instituto da Democracia Portuguesa e organizações cuja tarefa é promover a monarquia como a Causa Real.

7. Ouvi dizer que o Nuno da Câmara Pereira é pretendente ao trono e que há ainda outros pretendentes...

Á luz do direito constitucional monárquico vigente no dia 4 de Outubro de 1910, o herdeiro da Coroa portuguesa é S. A. R. o Senhor D. Duarte. É claro que o princípio hereditário serve apenas de bússola na escolha, porque o Rei só é Rei por vontade dos portugueses expressa nas Cortes (antigo parlamento) e por isso em teoria qualquer um pode ser Rei.

Quanto a Nuno da Câmara Pereira, dedica-se ao seu negócio de família que é o fado e o PPM, mas há alguns anos atrás peticionou o extinto Conselho de Nobreza para lhe ser reconhecido o direito ao título honorífico de Dom, ao qual segundo o parecer das entidades competentes não tinha direito. Apenas a sua mulher o tem por direito por ser filha do marquês de Borba. Provavelmente pela esposa ser "Dona" e ele não, foi demais para o seu espírito tradicionalista e desde então tem feito uma campanha centrada na dissidência monárquica.

8. D. Duarte está no protocolo do estado ?

Não. Houve uma proposta de lei do CDS-PP que contemplava estabelecer a precedência de S. A. R. após os ex-presidentes da república. Esta proposta levantou controvérsia mesmo entre os meios monárquicos, e foi chumbada. Actualmente a república portuguesa não reconhece S. A. R. como entidade especial. S. A. R. é somente um cidadão igual aos outros.

9. Qual é o sobrenome de D. Duarte ? É Bragança ?

Isto pode parecer bizarro mas os reis de Portugal e, regra geral por toda a Europa, os monarcas e os seus descendentes em linha varonil não têm sobrenome. Por exemplo os descendentes ilegítimos de D. António I, último rei da dinastia de Avis sempre tiveram a designação possessiva de Portugal (D. Manuel de Portugal, D. Cristóvão de Portugal etc.). Com a restauração e a nova dinastia de Bragança tomou-se por hábito designar as pessoas reais com a designação possessiva de Bragança aludindo ao ducado palatino, e cuja razão de ser não é nem mais nem menos do que a anterior. Logo D. Duarte de Bragança ou D. Duarte de Portugal é uma referência à mesma pessoa. O nome completo de S. A. R. é D. Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael (de Bragança).

10. Os monárquicos são todos da nobreza não são ?

Não. Eu sou de classe média, não aprecio fado nem gosto de touradas. Os meus pais não são nobres que eu saiba. A nobreza das monarquias modernas não tem nenhum privilégio especial perante a lei logo o ganho que terão em que a monarquia seja restaurada é nulo. Até pelo contrário, durante a monarquia a nobreza tinha que pagar direitos de mercê, um imposto bastante alto que todos os nobilitados tinham que pagar para se encartarem do reconhecimento oficial do título nobiliárquico.

Este excelente FAQ não é, infelizmente, da minha autoria mas de Nuno Bandeira.

sábado, 17 de outubro de 2009

Gonçalo Ribeiro Teles

Um grande senhor (prova cabal de que os homens não se medem aos palmos), que conta ainda com a qualidade adicional de ser um grande monárquico - Gonçalo Ribeiro Teles.

Esta entrevista demonstra mais uma vez, que os jornalistas - ou alguns que se dizem assalariados dessa nobre profissão - invariávelmente não se dão ao trabalho de se informarem a eles próprios.

Como este entrevistador, muitos há que nem investigam o assunto, nem consultam fontes, antes de avançar com perguntas descabidas - ou com preconceitos estafados, sobretudo em relação à Monarquia e aos monárquicos - como neste caso, onde o Partido Popular Monárquico (PPM) surge ao sabor da ignorância do entrevistador.

Teve porém, o mérito de possibilitar a reposição da verdade.
Assim, saibam todos, de aquém e além mares: O PPM, embora tendo sido fundado e acarinhado por bons monárquicos, como Gonçalo Ribeiro Teles, está agora entregue a nova e mal-frequentada gerência, que nada tém a ver com o excelso Arquitecto paisagista, nem com a própria e muy nobre instituição monárquica, pois o PPM corrente nem reconhece S.A.R. Dom Duarte de Bragança como Herdeiro Real...

O ppm - assim deve ser referido, se é que tém que existir, representa apenas os interesses individuais de uns poucos ambiciosos, que, há imagem dos infames "adesivos" do pós-5 de Ourtubro de 1910, procuram rastejar pela política, por onde der, à procura de gamela.

Actualização 16.11.'09

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A História do 5 de Outubro Esmiuçada



A verdadeira História, não a propaganda, por alguns dos protagonistas e contemporâneos famosos, da transição entre regimes.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Étiqueta Republicana

Contas da Comissão para a Comemoração do Centenário da Rapapublica, não dão um desconto ao contribuinte.
Para saber mais sobre mais esta afronta respulhicana aos Portugueses, nada melhor do que seguir o link para quem levantou a lebre, em primeiro lugar.

Noite Azul e Branca, Não Passou em Branco

Fotos Real associação de Lisboa













Navegando no Tejo.

Boa iniciativa, ou talvez nem por isso - mas os (alguns) monárquicos saíram à rua, nos 99 anos do 5 de Outubro - o centenário será em 2010, se lá chegar... isto porque, credibilidade, nunca teve, nem terá, enquanto proliferarem tantos exemplos de disfunção.
Aliás, basta ver como a República foi imposta, com assassínios, bombas e tiros, para não augurar nada de bom... pela força e pela ignorância o fizeram, e pela ignorância e força a mantém. Pena que as pessoas sejam doutrinadas desde os bancos da escola e não ultrapassam o preconceito...

Aos gritos de "Viva o Rei", e "Por-tu-gal", o grupo de monárquicos que se juntou no Largo de Camões, em Lisboa, chamou a atenção da Comunicação Social - e
isso, até pode ser bom.
No entanto, a maneira como são retratados (como excêntricos, deslocados da realidade), não será benéfica.

No entanto, foi um esforço de alguns (algumas fontes dizem 500, outras falam em não mais de 200), e sempre é melhor que nada.

No entanto, parece-me mais acertado tratar primeiro de informar as pessoas (foi o que fiz este fim de semana) o que
são e o que querem estas pessoas, por certo simpáticas e alegres - e com uma linda bandeira, sem dúvida - mas esclarecendo o maior número de pessoas de que esta malta não é o que os seus preconceitos, fruto de muita desinformação, julga.
"Afinal até são Portugueses e Patriotas - querem ver que
até são humanos?"

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Que Melhor Maneira de Comemorar 99 anos de Regime...

O problema de Portugal sempre foi o facciosismo. A história está cheia de exemplos, e continuam. Clubites e partidítes não ajudam em nada o país.
Se o PS é o Humpty, o PSD é o Dumpty, e nada muda.

As pessoas podiam e deviam virar-lhes as costas, mas estes rotativistas cheiram demasiado a poder e o pequeno Português gosta de estar do lado dos "vencedores"... são ainda os adesivos do 6 de Outubro...

Já os PR são a continuação da bipolarização - ou não fossem eles ex-actores partidários.
Como dizia o Fernando Pessoa, "pelo menos a Monarquia era decorativa"...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sob escuta? Talvez. Sob suspeita? Sempre.



Volta a polémica em relação às alegadas escutas ao P.R.


"A proclamação da República foi uma imprudência, filha das ambições de mando dos chefes e das cobiças desenfreadas dos subalternos." Quem o disse foi um contemporâneo da dita, atento e independente, Fialho d'Almeida.

As coisas mudaram pouco. Os grandes Partidos continuam na sua voragem dominadora do aparelho do Estado; sendo os mesmos actores das campanhas presidenciais, pelo que se pode esperar? Independência? Estarem acima de qualquer tentação ou suspeita? Não dever favores nem dar ouvidos a lobbies e interesses? Não ser um joguete político? Isso só um poder verdadeiramente moderador, como o de um Rei/Rainha Constitucional. Por isso um Rei forte era um obstáculo a abater.

Assim o prova a História. As Monarquias ocidentais não precisaram de Revoluções sangrentas nem de golpes de Estado para se modernizar. Revolução não significa evolução. Ainda está para nascer uma ditadura, numa Monarquia da Europa Ocidental.
Pensem nisso, informem-se, e questionem porque haverá tanta resistência dos que estão agarrados ao poder, em deixar decidir o Povo sobre o regímen.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

ESTADO VELHO

Medina Carreira, em entrevista após o lançamento do seu novo livro, comparou o estado actual do Estado actual, ao Estado Novo. Nada de novo, então. A República não mudou muito, nem mudará nunca, sendo como é desde o início, uma república maçónica. E o que nasce torto, jamais se endireita.

"Compara muito estes tempos com o estertor final da monarquia. Em que havia, se descontarmos a efémera ditadura de João Franco, dois partidos, esgotados e corruptos, que se alternavam no Poder - os progressistas e os regeneradores. Como o PS e o PSD de hoje?

Esta democracia não funciona. Os partidos fecharam-se porque não querem gente de qualidade lá dentro."

Medina Carreira, não desilude, e ao seu estilo, diz o que todos pensam mas são demasiadamente "politicamente correctos"" para o exprimirem publicamente.
Neste caso específico, dá-me razão - esta comparação com os partidos rotativistas já eu a tinha feito há tempos.
Esta também merece destaque:

"Mas num País sem recursos, o Estado tem de revelar alguma imaginação para estimular isso...
O Estado tem de ter caco: os tribunais a funcionar bem e impedir que só haja imbecis a sair da escola.

E entre alguma palha, ainda se encontra esta pérola:

"Não há democracia válida se os países não tiverem sustentabilidade económica. Acha que temos uma democracia a sério? Olhe, eu queria uma democracia como esta: o senhor Olmert, primeiro-ministro de Israel, foi acusado de se ter abotoado com uns dinheiros. Vai ser julgado. O presidente da República envolveu-se num escândalo sexual. Foi despejado. O senhor Nixon fez aquela pantominice do Watergate e foi-se embora. Uma democracia tem de ter um sistema judicial que funcione. E em Portugal? É o Freeport, são os sobreiros, os submarinos, os bancos... Tudo! Em Portugal, o Poder não quer que a justiça funcione. porque isso lhe trará dissabores."