segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Mito do "Conto de Fada"

Um conhecido jornalista, mais conhecido por ser militante de um partido de Esquerda, fez à algum tempo referência (Prós e Contras, debate Monarquia/República, RTP) ao mérito que a república tem em permitir que um "filho do gasolineiro", aka Cavaco Silva, pudesse ascender a figura máxima do Estado Português...

Pois o filho do gasolineiro, com os seus amigos de partido, com os seus rendimentos (e da filha) nas negociatas no BPN e SLN, de facto representa o país actual, atolado em escândalos, descrédito e falência moral. Já a nora do gasolineiro dá um magnífico exemplo de austeridade e aproveita uma visita de Estado para fazer turismo na Capadócia, por conta do contribuinte, pois claro. Hipocrisia.
A um Rei ou Rainha nunca se perdoaria este "desmando", este abuso do erário público...

Que me interessa se o pai deste PR é carpinteiro, magarefe ou trolha? Será sempre um reformado emergente do lodo político, alguém que representou interesses, facções, parcelas ínfimas do que é a nação com mais de 800 anos que é Portugal.

Quem quer saber, por esse mundo fora, que o representante máximo, político e não só, de Portugal, é filho de gente anónima mas trabalhadora? O que interessa é o peso histórico e o prestigio, incluindo os laços familiares entre monarcas das várias casas reais, quando é preciso defender os interesses de Portugal e dos Portugueses!

Recorrendo à História não muito longínqua, é sabido que D. Manuel II, já no exílio, usou a sua influência pessoal junto da família real Britânica para ajudar as tropas portuguesas durante a I Guerra Mundial;
outro exemplo - alguém tem dúvidas que Portugal só conseguiu assegurar a posse de territórios em África, antes, durante e depois da Conferência de Berlim, devido ao hábil esforço diplomático de D. Carlos I e à sua importância como chefe da casa real de Portugal?
Não é à toa que D. Carlos ficou com o cognome de "O Diplomata" - bem mais justo e dignificante que "martirizado"...

Quando foi a última vez que Portugal teve um papel central internacional?...
Até na questão da auto-determinação de Timor Leste, D. Duarte teve um papel (“Timor 87”) mais preponderante que qualquer PM ou PR...

O que desmente ainda este "conto do gasolineiro" republicano, é que na verdade, não é qualquer operário de fato-macaco que chega a PR... na realidade é preciso uma máquina bem oleada por trás do putativo servente público para que consiga chegar ao topo da hierarquia republicana.

sábado, 6 de junho de 2009

OS Últimos Anos da Monarquia...

...Segundo o cônsul Britânico em Portugal, contemporâneo dos acontecimentos.
É um retrato bastante fidedigno, embora em certas passagens, o cônsul parece confiar em fontes secundárias, por não dominar o português.

Não alterei uma virgula. O link está aqui: http://www.clpic.ox.ac.uk/doc/7.doc

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Monarquia Electiva?

Caso 6
Q- "Mera proposta! As Cortes hoje deve ser o Povo Português, qualquer cidadão com mais de 18 anos que decida qual o rei ou rainha que querem ter."

R- "A sua questão é pertinente e surge amiúde na discussão Monarquia/República; acontece que, historicamente, desde o Liberalismo, os Reis de Portugal já eram eleitos... pelas cortes - isto é, tinham de ser aprovados e confirmados pelos parlamentares do Reino (representantes do povo). O papel do Rei/Rainha era não governativo, o de garante da soberania etc. aliás o modelo foi copiado para os PR. Só que um monarca é MUITO mais do que um homem (ou melhor, um reformado) da política...

De acordo que o Povo deve escolher os seus representantes. Porém como se vê por cá, a abstenção costuma ser a grande vencedora, na maioria dos escrutínios... e o que dizer dos cidadãos que ainda não têm 18 anos, ou dos que votam no candidato derrotado? IMO, Um monarca representa per si a nação, seus valores e cultura, é alguém nascido e criado no cargo, independente e impermeável a interesses ou lobbies. Tem resultado na maioria dos países mais democráticos e estáveis da Europa.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Já diziam os antigos...

Caso 5 (Youtube)
Q- "Mas qual é a diferença entre a républica e a monarquia? Uma coisa é melhor que a outra? Gostava que me explicassem. PS:Sou um Português baralhado"

R- "Como você há imensos e há quem queira que as coisas continuem desse jeito...

Basicamente, é assente que ambos os regimes funcionam - a diferença é
que a República já provou em 99 anos que, CÁ, não funciona... é a minha

opinião... e não só. Grandes pensadores como Eça e Agostinho da Silva
defendiam a Monarquia como o regímen mais adequado
para o carácter
português. E como disse D. Duarte, se o 5 de Outubro 1910 tivesse sido
bom, não seria preciso um
25/4/74..."

Citação de Eça de Queiroz à cento-e-tal anos:

"O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada, os carácteres corrompidos. A prática da vida tem por única direcção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita. Não há nenhuma solidariedade entre os cidadãos. Ninguém crê na honestidade dos homens públicos. Alguns agiotas felizes exploram. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua acção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte: o país está perdido!?"

Qualquer Semelhança com um pais real junto a si, é, com certeza, pura coincidência.

Monarquia 1 0 1 (Curso Básico Intensivo)

Singularmente, estranhos têm deixado questões sobre a Monarquia ou sobre S.A.R. Dom Duarte, nos comentários dos meus vídeos ou nos de outrem, no Youtube. Digo singularmente, porque, não só sou completamente desvinculado e não represento nenhuma associação ou entidade, como também os meus vídeos são até bastante eclécticos, embora um ou outro verse sobre os últimos Reis de Portugal, em jeito de homenagem ou de repúdio pelo regicídio.

Ainda assim, porque em tempos também eu vivia nas trevas, chamo a mim a responsabilidade de elucidar os mais desatentos, desfazendo alguns falsos mitos e fornecendo-lhes as "armas" informativas para que possam julgar em sua consciência, sem qualquer proselitismo.
Obviamente deixo claro qual é o lado em que me posiciono, mas permito a cada um a missão de interpretar os argumentos e decidir por si próprio, fornecendo-lhes links, fontes, etc., enfim, informação actualizada sobre a monarquia moderna, para equilibrar mais o confronto de ideias, já que 99 anos de propaganda oficial republicana tem tornado esta uma missão algo difícil...

A coincidência de todos estes casos se terem dado apenas durante o último fim de semana, é interessante, sem deixar de ser sintomática, que de facto, as pessoas estão saturadas e descrentes, tal é a falta de credibilidade a que o regímen actual chegou.
Peço desde já desculpa pelo extraordinariamente longo post, mas vale a pena, por concentrar a informação essencial, já que muitas das dúvidas e questões frequentes são semelhantes.

Caso 1
Q - "Pq é que o Duque não se mete na politica?"

R - "Parece q a questão é: porque D. Duarte não intervém mais activamente para resolver a lástima que é a situação actual deste país? Bem, acho que até Obama diria "No we can't" se vivesse cá! ;D
Não faço parte de nenhuma associação monárquica, nem posso responder por Dom Duarte, mas sei que os Duques de Bragança fazem imenso por Portugal e pelos PALOPS - coisas até que o Estado devia fazer e n/faz... D.Duarte tem é menos publicidade. (procura no google IDP, etc.) Também não faz mais prq não deixam..." [As caixas de comentários no youtube não dão para muito]

Caso 2
"Em jeito de resposta ao teu pedido de informação sobre Monarquia-Republica num comentário que deixaste, podes começar a informar-te vendo alguns documentários históricos sobre os últimos reinados - D. Carlos e D. Manuel II. Há um recente feito pelo canal História.
Um livro que recomendo, é "Dossier Regicídio - O Processo Desaparecido" basicamente um "quem é quem", tudo sobre como a república derrubou a monarquia, e como chegámos a este ponto, 99 anos depois.

Foi assim que eu "abri os olhos", mas não deixes que ninguém te dite as "virtudes" ou os "pecados", de cada regime. Descobre por ti próprio, procura no google, mas lembra-te: a republica tem desinformado o povo durante 99 anos com a sua "história oficial", (ver por exemplo o caso das cores da bandeira, a intencional confusão entre "monarquias" arcaica, medievalista ou constitucional (moderna e democrática, como em Espanha, Reino Unido, etc)

Não sou militante de nenhum partido ou associação, apenas um curioso como tu, a querer pensar por mim próprio e descobrir a verdade...
Se tiveres mais dúvidas é só dizeres."

Caso 3

Este não me contactou directamente, mas deixou um comentário há notícia de que Cavaco lucrou com a venda das acções que possuía do BPN, certamente aproveitando a vantagem que é ter amiguinhos ou "cavaquinhos" do PSD a brincarem aos bancos lá dentro; nesse comentário, jurava que nunca mais iria votar e perguntava-se se havia alguém em que se pudesse confiar na política em Portugal. Ora aqui está um apelo irresistível:

"Há alguém que é honesto, sim; alguém que representa o país como um símbolo vivo e prestigiante da sua história, tradição e costumes, não como um reformado privilegiado do atoleiro da política portuguesa;
alguém que não é condicionado por interesses ou lobbies, que não tem partido ou facções;
alguém que pode regenerar as leis, a constituição e as mentalidades e reparar um erro de 99 anos - esse alguém é um REI (ou RAINHA) de uma Monarquia Constitucional.

Independente, defensor da cultura nacional e dos PALOPS, dos desfavorecidos e das causas nobres, há anos que D. Duarte trabalha por Portugal sem publicidade, nem lobbies ou patrocínios.
A maioria dos países mais ricos, democráticos e estáveis da Europa são Monarquias. Só neste país é que nem se permite por a hipótese de optar por um regime que está na génese de Portugal e que tantos portugueses honrados, de todos os sectores da sociedade, defendem - sem interesse próprio, mas como a melhor reforma para o país.

Este que vos escreve, não é nascido "fidalgo". Moro na Margem Sul, sou professor e durante anos só conheci a propaganda republicana que todos repetem como "verdade" absoluta. Culparam a monarquia por todas as desgraças. Graças à Internet, pude descobrir a verdade. Como disse Raul Brandão "D. Carlos não foi morto pelos seus defeitos mas pelas suas qualidades".
Quase 100 depois, mesmo com a ajuda da U. E., quase nada mudou. Porque o problema não era o Rei, era a política sequestrada pelos interesses menores, partidaristas e individuais.
D. Carlos teve a coragem de acabar com eles e pagou com a vida e com a do herdeiro."

Tirando Dúvidas e Corrigindo Erros

Caso 4
"Na prática, e pegando exactamente em D. Carlos, há que lembrar a ditadura de Franco – sim, quando o Rei via a coisa mal parada decidia fechar o Parlamento"

R - "Escrevo-lhe na qualidade de simples leitor de assuntos históricos, pelo que entenderá o seguinte como quiser, de preferência consultado você mesmo fontes históricas independentes:
A sua frase que cito acima, revela desconhecimento do assunto. A "ditadura" que refere, nada tem a ver com a ditadura exercida na República, quer queiram quer não, conhecida por Estado Novo. Era uma opção que os próprios partidos da altura podiam pedir, e pediam frequentemente ao Rei, de forma a reorganizar o exercício do poder, face à instabilidade política. Durante esse curto período, eram marcadas novas eleições a que todos os partidos podiam concorrer.

O sistema não parece fazer sentido aos nossos olhos hoje em dia, e de facto revela que o modelo escolhido para a monarquia constitucional pós-liberalismo era porventura disfuncional, mas como todos as novidades, precisa de tempo para crescer e melhorar. Tempo esse que como sabemos, foi cerceado pela violência, pela destabilização, pela demagogia e pela propaganda - esta última ainda hoje dá cartas, como se vê pela sua desinformação em relação ao governo de João Franco.

Não leve a mal, afinal foi isso mesmo que a República pretendeu ao "adaptar" os factos históricos para justificar tomar o poder pela força, contra a maioria da vontade popular, um governo eleito em eleições livres e um chefe de estado legítimo. Se não fosse a minha curiosidade pela História e a facilidade que temos hoje em pesquisar pela Internet, se calhar ainda hoje repetia as mesmas falsidades que a historiografia oficial repete há 99 anos.

Se me permite um ponto de vista pessoal, um rei eleito nas cortes é tão "imposto" quanto um presidente eleito apenas por uma margem dos populares habilitados com direito de voto, que não se abstêm ou votam nos outros candidatos. Para mim, o representante e defensor da nação, da cultura e dos costumes do povo português, tem que ser isso mesmo e não um reformado da política turva ou de outra negociata qualquer; alguém nascido e criado no cargo, independente e impermeável a interesses, grupos ou lobbies.

Tem resultado nos países mais ricos, democráticos e estáveis da Europa, que tal como Portugal, tiveram monarquias na sua génese. A Itália só passou a ser uma monarquia nos Sec.XIX, assim como a Grécia a Alemanha, etc.; em França e nos E.U.A. o presidente é praticamente um monarca a prazo.
Não é por acaso que figuras conhecedoras do carácter português como Eça de Queiroz e Agostinho da Silva, defendiam a monarquia como melhor regime para Portugal. Outros, sendo republicanos, vão mudando de ideia, não sem razão...
Agora que deixem decidir os portugueses, depois de devidamente informados."